O Presente,
de Cecelia Ahern [Resenha #158]
Todos os dias, Lou Suffern luta contra o
tempo. Ele tem sempre dois lugares para ir, tem sempre duas coisas a fazer.
Quando dorme, sonha com os planos do dia seguinte, e, quando está em casa, com
a esposa e os filhos, sua mente está, invariavelmente, em outro lugar. Numa
manhã de inverno, Lou encontra Gabe, um morador de rua, sentado no chão, sob o
frio e a neve, do lado de fora do imenso edifício onde Suffern trabalha. Os
dois começam a conversar, e Lou fica muito intrigado com as informações que
recebe de Gabe; informações de alguém que tem observado uniões improváveis
entre os colegas de trabalho de Lou, como os encontros da moça de sapatos
Loubotin com o rapaz de sapatos pretos... Ansioso por saber de tudo e por
manter o controle sobre tudo, Lou entende que seria bom ter Gabe por perto —
para ajudá-lo a desmascarar associações que se formam fora de suas vistas — e
lhe oferece um emprego. Mas logo o executivo arrepende-se de ajudar Gabe: sua
presença o perturba. O ex-mendigo parece estar em dois lugares ao mesmo tempo,
e, além disso, Gabe lhe fala umas coisas muito incomuns, como se soubesse do
que não deveria saber... Quando começa a entender quem é realmente Gabe, e o
que ele faz em sua vida, o executivo percebe que passará pela mais dura das
provações. Esta história é sobre uma pessoa que descobre quem é. Sobre uma
pessoa cujo interior é revelado a todos que a estimam. E todos são revelados a
ela. No momento certo. Quem nos conta a história é um policial, depois de prender um jovem adolescente que atirou um peru congelado na janela da casa de seu pai.